Volume 26, N° 1 e 2 - Dezembro 2007

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Daniel Tadeu do Amaral;Vera Lúcia S. Botta Ferrante

Resumo

O presente artigo é parte do projeto: Assentamentos Rurais e desenvolvimento: tensões, bloqueios e perspectivas (uma análise comparativa em duas regiões do Estado de São Paulo) realizado junto ao Núcleo de Pesquisa e Documentação Rural, grupo que há mais de 18 anos estuda assentamentos rurais, reforma agrária e políticas públicas voltadas para esta temática. Neste trabalho buscou-se uma análise continuada das relações estabelecidas entre usinas sucroalcoleiras e produtores assentados na região de Araraquara – SP. No município em questão inserem-se dois projetos de reforma agrária constituídos nos anos oitenta, no bojo do movimento sindical rural local, que congregam significativa população (mais de 600 famílias). Este espaço em construção vem sofrendo modificações, reflexo do “jogo de tensões” a que está exposto. Na análise da relação estabelecida entre assentados/ produtores e usinas sucroalcoleiras revela-se de maneira explícita esta dinâmica. O acompanhamento do papel do setor sucroalcoleiro, perpassando por variáveis como a renda e área agrícola disponível, somadas aos aspectos locacionais como a posição geográfica dos assentamentos, situados próximos às usinas, evidencia o fenômeno de expansão da cana de açúcar em curso na região e no Estado. Os rearranjos, o “vai-e-vem” da cana nestes espaços, elucida como resultado preliminar a dinâmica a qual se inserem os assentamentos nesta região do Estado de São Paulo, território instável, sobretudo nas áreas mais afetadas pelo complexo agroindustrial. Desta forma, o artigo discute ainda o teor dos contratos firmados entre as usinas e assentados, caracterizados pela unilateralidade e pelos altos riscos, pondo em questão perspectivas futuras nos assentamentos.


Palavras-chave: assentamentos rurais, agroindústria, dinâmica regional, economia regional